É lamentável! Sim, multiplicam-se a cada dia o número de pessoas crentes, mas, que não frequentam nenhuma comunidade cristã, ou, pelo menos, não têm qualquer vínculo ou envolvimento com uma igreja. Eles já foram membros de alguma igreja evangélica, mas, agora, estão do lado de fora e, o que é pior, talvez não para eles, mas para Igreja de Jesus, eles não têm nenhuma vontade de voltar ao convívio cristão. Alguns foram excluídos de alguma comunidade cristã até mor motivo banal, como: haver aparado as pontas do cabelo, ter ido ao mercado próximo de sua casa de bermuda, ter discordado de algum líder narcisista, ou coisa assim. É incrível o quanto se tem estimado uma alma humana; Jesus afirmou que uma alma vale mais que “o mundo inteiro.” Mas, para alguns líderes cristãos, somente preocupados com usos e costumes ou com seus próprios umbigos seres humanos não passam de números, estatística, nada mais. Quanto maior a assistência, ou, o número de pessoas aderidas a um grupo de cristãos em geral, menos tende a se valorizar as pessoas. Não há paixão pelas almas, não se busca o ferido, ninguém quer estar junto do aflito. Assim as pessoas vão se desiludindo com a comunidade da fé e vão se afastando paulatinamente da Igreja. Alguns até frequentam aqui e ali alguma reunião, mas, se forem abordados para assumirem compromisso, não esperem mais vê-los, pois, irão baixar noutra freguesia. Outra causa do desigrejamento, é a facilidade que as pessoas hoje têm de pular de uma comunidade evangélica para outra, tem gente que já foi presbiteriano, batista, congregacional, assembleiano, já pertenceu até à Igreja da Cobra de Moisés que Engole as Outras. Na nossa experiência pessoal temos percebido que tais pessoas não criam raízes em lugar nenhum. Essa idiossincrasia espiritual afeta de forma negativa a Igreja de Cristo, pois, na maioria das vezes tais pessoas são inconformadas; quando são abordadas expressam seu azedume, falando com desprezo sobre a Igreja. Há aqueles que dizem: eu creio em Deus e amo a Jesus, mas, não quero saber de igreja. Vejam, tais pessoas perderam a visão de corpo a e a importância da Igreja. Dizem: A Igreja não salva ninguém! É verdade, mas, ela é lugar de gente salva por Jesus; é a comunidade da fé. A Igreja também não é perfeita, mas, tem muita gente boa que vale a pena nela. Eu sei, os desigrejados são pessoas que estão precisando de “cura interior”, no bom sentido dos termos. Aqueles que estão participando ativamente da Igreja de Cristo devem se preocupar com os que estão de fora; eles precisam ser reincluídos no Corpo de Cristo. Devemos, em qualquer oportunidade, demonstrar-lhes um amor autenticamente cristão, desinteressado, incondicional. Acredito que a única via pela qual tais pessoas possam achar o caminho de volta e serem resgatadas de sua exclusão ou, autoexclusão da comunidade da fé é sentindo-se verdadeiramente amadas. Elas precisam ser renovadas, precisam experimentar de novo o amor de Deus, mas, isso só será possível se virem esse amor em nossas vidas. Devemos, mais do que nunca, buscar o mais precioso dos dons do Espírito Santo, o dom do amor. 1 Coríntios 13 é, talvez, o mais lindo e profundo poema já escrito sobre o amor, mas, é uma doutrina, talvez, a mais desprezada pela Igreja hodierna. O amor é na verdade a base ou fundamento do Cristianismo autêntico, disse Jesus: “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35).
Pr. Rafael
